sábado, 4 de setembro de 2010

Um testamento agrícola / Albert Howard

O título é um livro do Albert Howard

albertHoward

dado>>conhecimento>>sabedoria

Sir Albert Howard nasceu em 1873, de uma família de agricultores do Shropshire, Inglaterra, e morreu em 1947. É considerado o iniciador da revolução da agricultura orgânica, sendo que as suas principais pesquisas se desenvolveram na Índia. Foi lá que desenvolveu o Processo Indore de compostagem e estudou a fundo a cultura agrícola dos camponeses, a quem atribuiu, no seu “testamento”, o título de “meus professores”.

Pode-se dizer que Howard antecipou a catástrofe do agronegócio que leva à destruição da camada de húmus e à sua substituição por insumos químicos. O “saque” do solo agrícola em detrimento de uma agricultura que deveria alimentar de forma saudável a humanidade é sua principal denúncia. No que tange aos procedimentos sustentáveis de manejo do solo agrícola, ainda nas primeiras décadas do século XX, percebeu na sabedoria camponesa a capacidade de manter a fertilidade do solo por sucessivas gerações através de procedimentos simples, procedimentos que previam a incorporação permanente de húmus ao solo.

As suas formulações irônicas e críticas foram usualmente endereçadas aos procedimentos considerados “científicos” e que omitiam um tratamento mais holístico ao ambiente agrícola. A sua obra acompanha a rápida substituição de homens e animais na atividade agrícola nos Estados Unidos, anos 1930. Naquele momento já procurava desconstruir algumas crenças que passaram a ser inventadas para a utilização científica do solo. Já antevia que a substituição do cavalo e do boi pelos motores de combustão interna ou motores elétricos estavam trazendo uma conseqüência desvantajosa e fatal. “Essas máquinas não produzem urina, nem esterco. Assim não contribuem em nada para a manutenção da fertilidade do solo”1. Howard alerta para o fato de que, na implantação da tecnificação, há uma sedução pela temporária ilusão de que aquela agricultura poderia ser um negócio proveitoso. No momento seguinte começa-se a perceber, contudo, o aumento de doenças pela maciça utilização de adubos químicos e pelo esgotamento das reservas naturais de húmus.

Howard aprecia fazer comparativos históricos com civilizações passadas considerando procedimentos sustentáveis para a utilização do solo. Ele destaca, por exemplo, que a agricultura do Império Romano entrou em crise por ser incapaz de manter o solo em condições férteis. Howard é da opinião de que os agricultores que se jogam na tecnificação sem reflexão estariam repetindo o erro da antiga Roma. É irônico, contudo, o seu exemplo sobre sustentabilidade no meio agrícola chinês se considerado o atual modelo de “desenvolvimento” a qualquer custo preconizado para aquele país. À época da sua pesquisa, constatou serem os camponeses chineses os que melhor conseguiam fazer a agricultura sustentável, dando especial atenção à restituição de todos os resíduos para o solo, o que os aproximava dos métodos executados pela própria natureza. Este seria o segredo que teria feito os chineses terem mantido uma população grande na terra sem que houvesse, concomitantemente, uma perda da fertilidade do solo. Howard lembra que a agricultura precisa estar sempre em equilíbrio. Se ocorrer a necessidade de acelerar o crescimento, seria preciso também acelerar os métodos de decomposição para a recomposição do solo. “Se, por outro lado, as reservas do solo são exauridas, a produção deixa de ser agricultura racional: torna-se algo muito diferente.
O fazendeiro é transformado em bandido” .

Um aspecto curioso do testamento de Howard são as suas considerações sobre a utilização da urina de animais nos processos de fertilização do solo3. Os rígidos controles de sanidade animal do tempo presente fariam restrições às práticas defendidas por Howard. De acordo com as suas pesquisas, a urina seria a substância-chave na elaboração do húmus à base de resíduos vegetais. De acordo com Howard, a urina contém, de forma solúvel e equilibrada, o nitrogênio e as substâncias minerais, e as demais substâncias acessórias que necessitam das bactérias e dos fungos para desintegrar a celulose e realizar com isso o primeiro passo na síntese do húmus. Howard observa que grande parte dessa substância vital para a reconstituição da fertilidade se desperdiça ou se utiliza de forma imperfeita.

Na sua visão de cientista, observa que por si só este seria um fato que bastaria para explicar a destruição da agricultura do Ocidente. Esta constatação parte da observação de que os primeiros colonos, ao ocupar as paisagens de campos da América do Norte, durante muitos anos produziram grandes colheitas de trigo, devido à fertilidade acumulada em decorrência da “contribuição fisiológica”
de vastas manadas de bisões.

O Processo Indore, que no Brasil é conhecido como processo de compostagem, recebe uma larga atenção na sua obra. Tem este nome por originar-se do Estado de Indore, na Índia. A compostagem é uma técnica natural de recomposição do solo. E é deste processo, método ou técnica que emerge uma das teses basilares discutidas no seu testamento. Foi durante os estudos com as formas de compostagem que Howard observou que a base da saúde e da resistência às enfermidades estava intimamente relacionada à fertilidade do solo.

Howard acredita que existam evidências suficientes de que produtos saudáveis sejam de grande valia para o bem-estar da humanidade. Ao concluir seu testamento, ele se aventura a prever que, pelo menos, a metade das doenças humanas desapareceria se os suprimentos alimentares passassem a ser produzidos em solos férteis e consumidos em estado natural.

A apropriação da ciência para atender a interesses de acumulação de capital é duramente criticada por Howard no seu testamento. Ele observa que, quando se faz uso da ciência para produzir novas variedades de altos rendimentos que exaurem até o último grama de fertilidade dos solos, adubos mais baratos e de efeito mais rápido, máquinas que realizam cultivos mais profundos e mais pesados,
galinhas poedeiras que põem ovos até a morte, e vacas que se desfalecem num oceano de leite, deve estar faltando um pouco de bom senso por parte dos responsáveis por estas pesquisas. A constatação de Howard é a de que a pesquisa agrícola tem feito dos fazendeiros, não produtores de alimento de melhor qualidade, mas, sim, hábeis saqueadores dos recursos naturais. A finitude do solo e o uso predatório de procedimentos “científicos” na agricultura é uma temática transversal na obra do autor. A pesquisa na agricultura, contudo, não é descartada pelo autor, embora defenda a sabedoria milenar camponesa de trato com o ambiente num procedimento inteligente e sustentável. A pesquisa qualificada, fundamentada em parâmetros sustentáveis, é aceita e estimulada pelo autor. O assunto recebe atenção em um dos capítulos da sua obra. As suas reflexões observam que, nos processos de modernização da agricultura, não se tem observado um procedimento considerado essencial para a sustentabilidade do solo agrícola: para um acelerado crescimento.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Sabão de Bola


José Antônio de Ávila Sacramento

(Ao povo do distrito são-joanense de Santo Antônio do Rio das Mortes Pequeno)
“Vai juntano num balaio a cinza tirada do burraio ô das trempe
do fugão de lenha, forrano o fundo do balaio antes com fôia de bananêra,
qui é prá num vazá tudo. É bão moiá um tiquinho veiz ô ôtra, qui é pra
umidecê divagazinho. Pra mode de prepará a ticuada, botá o balaio dento
d’uma gamela ô tacho bem grande, jogá água quente purriba da cinza e
mexê. Mio é socá mucado no barrilero, com soquete, qui é prá mode saí a
barrela. Vai saino divagazinho, um cardo preto, qui é qui nem soda, e ele é
tiro e queda prá cortá a gurdura. Se num socá bem a cinza, a ticuada vai
ficá rala, num vai apurá e vai custá virá sabão, intão tem qui prestá
tenção: ela tem qui sê mais encorpada. Dento do tacho põe a gurdura, o
sebo, mais a ticuada, um mucadinho de soda se tivé jeito é bão tamém, aí
junta com mais a água e põe na trempe prá frevê. Com uma cuié de pau,
das bem grande, vai mexeno o tacho. Tem que cuidá do fogo e prá num
queimá a pessoa! Pode pô umas fôia de assa-pêxe, de alicrim, de
manjiricão, de mamão... Tudo assim, bem picadinho... Quando a mistura
começá a querê sortá umas bôia é pruquê já tá quase no ponto. Prá testá se
vai pricisá mais ticuada, pega um mucadinho e joga numa caniquinha
meiada d’água. Se aparecê uma nata purriba d’água, é siná de que inda
tem gurdura, aí pega e põe mais ticuada e vorta a misturá. Pode prová
tamém, num faiz male não: põe um mucadinho na ponta da língua e se inda
tivé gosto forte de ticuada é pruquê inda num apurô, siná de qui inda num
tá bão. O qui num pode é deixá pegá mau oiado dos seca-pimentêra...
Dipois de pronto, deixa esfriá prá mode incorpá, indurecê, e aí, inda mêi
morno, é só fazê as bola, inrolano elas na parma das mão. Pra ficá bão,
dispois tem de imbruiá as bola na paia de bananêra ô de mio, assim cumo
se tivesse impaiando ovo...Quanto mais véio, mais curtido ele vai ficá e mió
fica o sabão!”.

Segundo uma especialista (professora Amélia Hamze, da
FEB/Barretos e CETEC/Barretos) “a reação de saponificação é uma reação
de hidrólise alcalina de uma gordura ou óleo e a conseqüente neutralização
do ácido graxo formado (ácido de um hidrocarboneto de cadeia longa) pela
base forte presente no meio. Por exemplo, na reação entre a triestearina
(gordura) e a potassa cáustica (dicuada), uma das possíveis reações
químicas, teríamos a formação de glicerina e do estearato de potássio, um
sal mais conhecido por sabão”.

Concluindo: os nossos antepassados nos legaram, mesmo sem ter
os conhecimentos formais de química, o domínio e a interação com esta
ciência; eles sabiam calcular bem as reações e os processos, sem nunca
terem freqüentado uma só aula de química. Fabricavam a dicuada sem saber
que o que estavam fabricando a potassa cáustica ou o hidróxido de potássio.

Lidavam com o sebo, com o toicinho e com a manteiga sem saber que
aquilo era a triestearina. E assim, como notáveis “químicos”, fabricavam
um saponáceo da mais alta qualidade: o bom, o tradicional e o já quase
extinto sabão-de-bola!
Em tempo: será que alguém teria um autêntico sabão-de-bola para
me presentear?

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

A Lua e as Plantas

Sabia que além do sol existe outro astro que exerce influência sobre o planeta terra?Esse astro é a lua. Ela recebe a luz do sol e reflete sobre a terra emitindo energia, força de gravidade, a qual atua sobre as plantas animais, água e terra.

Fases da Lua

A lua passa por quatro fases: minguante, nova, crescente e cheia. Cada fase dura sete dias.

Lua minguante

Nesta fase é pouca a influência da lua sobre a terra. É provável que esta força seja insignificante.A energia ou força contida na terra tende a descer. Daí pensam no que os mais velhos dizem “nesta fase da lua as coisas que crescem da terra para fora minguam, e as coisas que crescem de fora para dentro vigora (raízes)”.

Na prática observando o comportamento das hortaliças, concluiu-se que nessa fase plantam-se raízes; rabanetes, beterraba, cenoura, inhame, batata, cebola de cabeça (bulbos) e outras. Isto porque a planta ao germinar, primeira força o enraizamento, demora mais a nascer, retarda um pouco o crescimento, porte menor, raízes mais desenvolvidas.

Quanto à seiva, a planta absorve menos quantidade de seiva no caule, nas folhas e nos ramos. Fase boa para tirar bambus, madeiras para construção e cabos para ferramentas, etc.

OBS: A durabilidade é maior, resiste mais ao ataque de pragas. Bom para fazer desbrota (porque a planta está menos concentrada de seiva, cicatriza mais rápidos os ferimentos e dificulta a penetração de parasitas). Faz-se a poda caso queira retardar a brotação (lembrando que podas repetitivas nessa fase da lua podem levar a planta ao enfraquecimento, e até mesmo interromper o seu ciclo de vida).

O que acontecerá se plantarmos raízes na lua forte? No caso das hortaliças, a planta vegeta muito chegando algumas a não produzirem raízes.

OBS: Em todas as fases sempre é bom você pegar o auge da lua (dois ou três dias após ter começado a fase); com exceção da minguante, que você poderá pegar a partir do quinto dia da cheia, isto porque está minguando, mas não descartando a possibilidade dela exercer pequena influência sobre a planta.

A batata – doce e a mandioca têm duas opções para o plantio:

1. Plantar na minguante as ramas da batata ou a maniva da mandioca no mesmo dia que forem colhidas.

2. Colher a ramas ou as manivas dois ou um dia antes da nova, deixar murchar a sombra e plantar a partir do segundo dia da nova.

Quando colocamos as ramas ou as manivas para murchar, elas perdem reservas (seivas) e ao plantar na lua nova elas tendem a forçar tanto o broto quanto a raiz (lei de sobrevivência).

Lua nova

Nesta fase, ela começa exercer influência sobre a Terra, a seiva (sangue da planta) manifesta-se em maior quantidade no caule, em direção aos ramos. Nesta fase, planta-se mais couve - comum, almeirão, cebolinha, espinafre, plantas medicinais e outras.

OBS: Planta-se mais para o aproveitamento de folhas; exceto as verduras folhosas que aglomeram as folhas (o mesmo que formar cabeça) repolho, chicória, alface, couve –chinesa e outras.

Bom também para o plantio de árvores cujo objetivo é produção de madeira.

LUA CRESCENTE

Fase em que a lua exerce influência muito boa sobre as plantas, nessa fase a seiva está presente em maior quantidade no caule, nos ramos e nas folhas.

Fase boa para plantar tomate, pimentão, jiló, quiabo, berinjela, feijão – vagem, pepino, abóbora, milho, arroz, feijão e outras, sejam frutíferas, legumes ou cereais.

Bom para se fazer enxerto, poda (para brotação rápida).

OBS: O tomate plantado nesta fase lunar produz mais, as pencas ficam mais próximas, com mais frutos; já na minguante, produz pouco; na lua nova, alonga-se a haste e as pencas distanciam mais uma das outras; na cheia, vegeta mais, menos frutos por penca com maior probabilidade de ataque de pragas.

Lua Cheia

Fase em que a influência sobre a terra chega ao ponto máximo, mas só nos primeiros dias, porque depois de sofrer efeito da minguante. No início desta fase planta-se: repolho, couve-flor, alface e outras. Além das hortaliças esta fase é ótima para o plantio de flores.

É importante frisar que nesta fase a seiva se concentra na copa da planta (ramos e folhas).

Você Sabia

« Para seguir a fase lunar deve partir desde o semeio ou plantio porque são nos primeiros dias de vida da planta que a Lua exerce maior influência.

« Para colher frutos, a melhor fase é a lua cheia. Os frutos estão mais suculentos devido a maior quantidade de seiva encontrada nos frutos. Já para as raízes e vagens, na minguante pois,,,,, a planta encontra-se com menos seiva facilitando o cozimento, segundo afirma a engenheira agrônoma e pesquisadora Ana Primavesi – Edição Guia Rural Abril.

« Para colher milho, arroz, abóbora e outros para armazenamento, são melhor colher na minguante porque resiste mais ao ataque de caruncho, gorgulho, etc.

« Melhores fases para plantar banana: na nova e crescente. Na minguante, leva muito tempo para produzir e produzir cachos pequenos.

« Alguns agricultores plantam feijão , milho, ou mesmo frutíferas na minguante para evitar ataque de brocas, lagartas, etc. Muitos usam este método mesmo sabendo de uma possível queda de produção.

« Se fizermos semeio de uma determinada cultura em uma fase lunar, o plantio deverá obedecer a mesma fase. Caso contrário, sofrerá influência das duas fases. Tendo a fase inicial como dominante.

O plantio por estaca deve ser efetuado na lua nova cujo objetivo é a produção de caule e folha, já para produção de frutas, o mais indicado é na lua crescente. Seguindo os mesmos requisitos do item anterior.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Cursos Sustentáveis




CONSTRUÇÃO COM TERRA
O curso busca divulgar a importância do uso da terra na construção de edificações. No curso é ensinado como preparar, aplicar e fazer o acabamento de diversas técnicas com terra e sua adaptação a estruturas em que são usados outros materiais.

Tópicos do curso:
• Introdução à construção com terra
• Construções ecológicas
• Tradição e novas aplicações
• Vantagens da construção com terra
• Adobe
• Taipa de mão (Pau-a-pique)
• Ensaios de reconhecimento do solo
• Terra modelada (Cob)
• Taipa de pilão
• Taipa ensacada (Super-adobe)
• BTC (Solo-cimento)
• Revestimentos naturais
• Pinturas naturais
• Educação Ambiental na construção civil

O link para os cursos está no "tô dentro"(lado esquerdo da minha página).

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

O HOMEM QUE FAZ CHOVER

Você não deve ficar por aí rezando para São Pedro enviar chuva. É mais garantido contratar Takeshi Imai, o verdadeiro manda-chuva.

"O Senhor das chuvas. O brsileiro Takeshi Imai inventou um método e fazer chover. Deu certo Sua tecnologia foi adotada pela Sabesp e recebeu prêmio na França.

'Era um jacarandá de 250 anos. Aquilo mexeu comigo. Desde então, decidi que minhas invenções serviriam à natureza, e não contra ela.' A derrubada da árvore de lei com a potente motosserra que sua empresa fabricava, na década de 1970, fez com que o engenheiro mecânico Takeshi Imai mudasse completamente de vida. A partir de então, abandonou a produção de motosserras e pulverizadores de inseticidas e dedicou-se ao estudo dos fenômenos meteorológicos. Após 20 anos de pesquisa, desenvolveu teorias que o levaram a ser premiado na França pela mais promissora de suas invenções: um método ecológico de produzir chuvas localizadas, ou seja, no local exato em que são necessárias. 'É uma tenologia nova, única no mundo', explicou Imai.

O processo é simples, limpo e não utiliza aditivos químicos p como o iodeto de prata, proibido nos Estados Unidos desde os anos 1980 por ter causado graves doenças pulmonares na Bacia do Potomac. A bordo de um avião bimotor (foto na página ao lado, com um reservatório de 300 litros de água potável acoplado, a equipe de Takeshi entra na nuvem e despeja água pura. As gotículas de água já existentes na nuvem unem-se às novas aplicadas pelo avião, formando gotas maiores, que, devido ao peso, precipitam a chuva em 15 a 20 minutos. Imai garante que, para cada litro de água semeado, são produzidos cerca de 500 mil litros de água de chuva ou 50 caminhões-pipa.

A ModClima, empresa que Imai fundou para produzir as chuvas artificiais, possui uma base no aeroporto de Bragança, onde também fica um potente radar para detectar as nuvens que podem ser 'semeadas', o único desse modelo na América Latina. A tecnologia é 100% brasileira e começou a ser desenvolvida em 2001. No ano seguinte, foi apresentada no 12º Congresso Brasileiro de Meteorologia, em Foz do Iguaçu (PR). Em 2005, ganhou a Medalha de Ouro da Ciência da Água no 7º Simpósio Internacional da Água, em Cannes, na França.

A parceria com a Sabesp (Companhia de Abastecimento e Saneamento Básico do Estado de São Paulo) vem desde 2003, quando a ModClima ajudou a evitar o racionamento de água devido à escassez de chuvas nas regiões de mananciais. Segundo a Sabesp, Imai foi responsável por 31% das chuvas na Bacia do Sistema Cantareira, área de 3 mil quilômetros quadrados que vai de Camanducaia a Bragança Paulista e abastece 9 milhões de pessoas. Das 200 nuvens semeadas, 160 precipitaram, contribuindo significativamente para encher os reservatórios de São Paulo.

Aos 67 anos, Takeshi Imai continua a estudar para aprimorar sua invenção e para encontrar novas formas de ajudar a natureza. Um de seus projetos é o reflorestamento aéreo com as 'árvores-flechas' - para ser lançadas de avião -, por meio do qual é possível plantar 50 mil mudas por hora. 'Onde não há vegetação, não há nuvens, e sem nuvens é impossível fazer chover, afirma Imai. Outro projeto é o Cross Flow, que procura desafogar o caótico trânsito de São Pauloe reduzir as emissões de CO2, causadora do efeito estufa. Trata-se de módulos de concreto que podem ser montados, num fim de semana, nos principais cruzamentos da cidade, eliminando os semáforos e diminuindo o engarrafamento.

Além de não ter custo elevado, o método de fazer chover com água pura poderia evitar e apagar incêndios e ajudar a resolver uma série de problemas, como a seca no Nordeste e a estiagem em produções agrícolas, reservatórios e hidrelétricas. 'Minha preocupação não é ganhar dinheiro, mas achar soluções urgentes para deter a degradação do planeta e o acelerado processo de aquecimento global', diz Imai. 'As mudanças climáticas são muito mais sérias do que dizem.' Nesse caso, Imai não arrisca fazer previsões. Ele está escrevendo um livro e suas descobertas - e novas invenções - estarão todas ali."

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Por um jardim mais saudável


Pronto para desfrutar a vida ao ar livre sem culpa? Para ter uma área externa realmente verde e bem cuidada, escolha plantas nativas, seja criterioso com os materiais, use a água com parcimônia e combata as pragas com fórmulas naturais, fáceis de preparar e que não agridem o meio ambiente

Não importa se você tem um quintal generoso ou um canto na varanda do apartamento: a presença da natureza em casa inspira um cuidar sem excessos, em equilíbrio com o planeta. Algumas fórmulas caseiras antipragas fazem parte da sabedoria popular e são empregadas por paisagistas e jardineiros como alternativa aos inseticidas químicos (veja as receitas nas próximas páginas). Além dessas soluções menos agressivas de tratamento, há escolhas básicas no projeto que fazem toda a diferença para quem quer ter um jardim ecológico.

Um bom começo é optar por plantas nativas. Não apenas espécies do Brasil, mas também do ecossistema no qual o jardim está inserido. "É uma forma de reconstituir a vegetação existente", explica o engenheiro agrônomo e paisagista paulista Maier Gilbert, dando como exemplo a mata Atlântica, que no passado cobria boa parte do nosso litoral. A definição dos materiais também deve levar em conta o impacto ambiental de cada um.

Se o projeto prevê a instalação de um deck, vale verificar a procedência da madeira -existem no mercado opções certificadas, fruto de manejo florestal sustentável, ou que empregam espécies de áreas de reflorestamento, caso do pínus. Substitutos como o plástico reciclado são outra boa saída. Nas áreas pavimentadas, o cuidado é evitar a impermeabilização do solo, contribuindo assim para reduzir o problema das enchentes nas grandes cidades. "Uma boa dica são os pisos intertravados de concreto", indica o paisagista. "Como os blocos são encaixados sem rejunte sobre a terra, permitem a drenagem pelos vãos." Por outro lado, o consumo de água deve ser otimizado, se possível com a captação de chuva para irrigação.

QUALIDADE DE VIDA
Mas será que isso é tudo? Há quem acredite que não. "O conceito de sustentabilidade está se expandindo para abranger a melhoria da qualidade de vida", aponta o paisagista paulista Benedito Abbud, que vem pesquisando o assunto. Segundo ele, há 20 anos, a função da área externa era apenas de contemplação. Hoje, ela funciona como ambiente de estar, lazer e até trabalho, graças à internet sem fio. "As cidades estão muito agressivas e as pessoas querem ter um lugar gostoso em casa. Nada melhor do que o jardim."

DEFENSIVOS NATURAIS
Ritual relaxante e de lazer, cuidar pessoalmente do jardim ajuda a liberar o estresse. Mas é preciso se precaver dos produtos nocivos. "Ao tocar as folhas e cheirar as flores, corremos o risco de absorver resíduos de inseticidas pesados", alerta Vanda Bueno, do departamento de controle biológico de pragas da Universidade Federal de Lavras, MG. Também há prejuízos para o ecossistema. "Além de desequilibrá-lo, essas substâncias favorecem o aparecimento de novas doenças." A novidade é que existem pesquisadores empenhados em provar cientificamente a eficácia dos defensivos naturais. "Estamos estudando uma série de combinações", diz o biólogo Francisco Zorzenon, do Instituto Biológico do Estado de São Paulo. Entre os ingredientes que já têm o aval da equipe do pesquisador, estão cravo-da-índia, pó de café, pimenta-do-reino e alho. Como fazer? Coloque 50 g de qualquer um deles de molho em 450 ml de água por 24 horas. Coe em peneira ou papel-filtro e você terá um extrato contra pulgões.


MEDIDAS SIMPLES PARA PROTEGER AS PLANTAS
Instale comedouros e bebedouros para atrair pássaros. Em troca, eles vêm caçar os insetos daninhos, além de alegrar o ambiente. Insetos benéficos - que costumam desaparecer quando se empregam agrotóxicos - também ajudam no controle de pragas. As joaninhas, por exemplo, se alimentam preferencialmente de pulgões. Algumas plantas são reconhecidas como protetoras: elas repelem pragas, resguardando as espécies mais frágeis cultivadas nas proximidades. Por isso, é sempre bom tê-las no jardim. "Delicadas, as roseiras se beneficiam da convivência com um canteiro de cebolas. Até o perfume das flores fica mais acentuado", afirma a paisagista Aline Najar. Outras que fortalecem as espécies vizinhas: alecrim, alho, arruda, calêndula, camomila, capuchinha, cravo, confrei, gerânio, girassol, malva, menta, sálvia, salsa, trevo e tomilho.

Robótica Bilológica


Peixes em lugar de submarinos

Os submarinos robotizados representaram um ganho sem precedentes para a climatologia, permitindo a coleta de dados de locais sobre os quais pouco se sabia, mas que são essenciais para a regulação do clima na Terra - hoje, os robôs submarinos já monitoram todos os oceanos da Terra.

Mas pesquisadores da Universidade de Michigan acreditam que é possível melhorar essas ferramentas high-tech de monitoramento ambiental.

Para isto, segundo eles, basta permanecer na robótica, mas afastar-se dos submarinos e aproximar-se mais dos peixes.

"Os peixes são muito eficientes," explica Xiaobo Tan, um dos membros da equipe. "Eles se locomovem de forma muito eficiente e manobram muito bem sob água, de forma impensável para um submarino."

A saída natural é, portanto, desenvolver robôs que se pareçam mais com os peixes do que com os submarinos.

Peixes-robôs

Usando materiais avançados, Tan e sua colega Elena Litchman estão criando peixes-robôs que serão capazes de recolher dados mais precisos sobre as condições aquáticas, aprofundando o conhecimento sobre os habitats das profundezas e, sobretudo, sobre as condições das fontes de água potável.

"O peixe robótico vai coletar um conjunto consistente de dados que não se dispõe até hoje," diz Litchman. "Com esses peixes robóticos patrulheiros nós poderemos obter informações com uma resolução espacial e temporal sem precedentes."

O principal objetivo dos pesquisadores é desenvolver peixes-robôs capazes de monitorar as fontes de água potável utilizadas pelas estações de tratamento das cidades para fornecimento para consumo humano.

Robôs práticos

"O projeto é muito prático e nós estamos projetando os peixes-robôs para que eles sejam baratos, podendo ser usados em várias aplicações, como em lagos, represas e reservatórios de água potável em geral," explica Tan.

Os peixes robóticos estão sendo equipados com sensores capazes de registrar informações como temperatura, oxigênio dissolvido na água e a presença de algas prejudiciais à saúde humana, sobretudo as ameaçadoras marés vermelhas.

O crescimento de algas sofre grande influência das estratificações de temperatura que se desenvolvem nas massas d'água conforme a temperatura ambiental sobe. Daí a importância de coletar dados com alta precisão espacial e temporal. Algo que somente poderá ser feito por robôs que se movimentem com extremam regularidade e precisão. Daí o interesse os pesquisadores em imitar os peixes.

Biorrobótica

Avançando o conceito de biorrobótica, os pesquisadores estão fabricando barbatanas artificiais para os seus peixes-robôs usando polímeros eletro-ativos, capazes de mudar de formato sob a ação de um campo elétrico - sobre outra pesquisa semelhante, veja Barbatana robótica melhora movimento de robôs subaquáticos.

O primeiro protótipo, medindo 22 centímetros de comprimento, já está nadando nos tanques do laboratório de Tan e Litchman.

O próximo desafio é dotar o peixe-robô de resistência suficiente para encarar correntezas mais fortes do que as presentes no laboratório.

Os pesquisadores esperam que protótipos realistas possam estar nadando em reservatórios de água reais dentro de dois anos.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Cicatrizante Natural

Cientistas mineiros descobrem poderoso cicatrizante natural

O pinhão-manso (Jatropha curcas L.), arbusto pequeno e comum do Norte de Minas, guarda em seu caule um poderoso cicatrizante, que pode revolucionar a indústria farmacêutica. Em testes com animais, a substância já se mostrou mais eficaz que os medicamentos encontrados no mercado em vários aspectos. Além de ser 100% natural, o fitoterápico cura mais rápido e não tem toxicidade e, pelo que tudo indica A descoberta recente é dos pesquisadores Nilo César Baracho e Daniel Antunes Rubim, em estudo premiado desenvolvido na Faculdade de Medicina de Itajubá (FMIT), em parceria com a Universidade Federal de Itajubá (Unifei). Este mês, a dupla espera conseguir a patente do produto junto ao Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI) e registrá-lo na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Ano que vem, começam as pesquisas em humanos. O remédio não tem compostos sintéticos e será testado na forma natural, pomada, gel e loção. Em todas as modalidades, o uso é tópico, ou seja, é aplicado diretamente aos ferimentos superficiais, como cortes, perfurações, queimaduras e arranhões. A expectativa é que o medicamento, que já despertou interesse de indústrias farmacêuticas, esteja disponível nas prateleiras das farmácias em três anos. De acordo com Baracho, farmacêutico-bioquímico, a pesquisa teve início quando Rubim, médico recém-formado, ainda era seu aluno na Faculdade de Medicina. A empresa da família de Rubim já produzia biodiesel a partir do pinhão-manso e o desafio foi usar a mesma matéria-prima para fins medicinais.

“Moradores da zona rural já falavam que quando tinham feridas passavam o latéx do pinhão-manso”, conta. A partir das constatações práticas, os pesquisadores se debruçaram sobre a planta. O primeiro passo foi desenvolver técnica para a coleta do latéx, encontrado no caule do arbusto. “Desse latéx, beneficiado quimicamente em laboratório, extraímos um conjunto de substâncias”, explica Baracho, sem dar muitos detalhes. Como não tem ainda a patente do produto, a dupla mantém trancado a sete chaves o nome do princípio ativo encontrado no latéx, assim como o procedimento de coleta.

RESULTADOS Os testes foram feitos em ratos da linhagem wistar. Divididos em quatro grupos, os animais receberam tratamento para feridas induzidas em laboratório. Controlado apenas com soro fisiológico, o primeiro grupo serviu de base de comparação. Dois grupos foram tratados com pomadas cicatrizantes disponíveis no mercado e o quarto grupo recebeu a substância retirada do pinhão-manso. “Na comparação dos resultados, o latéx foi tão bom quanto ou melhor que as demais substâncias. Enquanto a cicatrização levou em torno de 21 a 30 dias com o controle, com o pinhão-manso e os demais medicamentos o ferimento já estava cicatrizado com 10 dias. A qualidade da cicatrização foi um pouco melhor com o pinhão-manso”, ressalta.

O perigo de toxicidade também foi afastado. “Ele não prejudica as funções hepáticas e renais, mostrando que não atinge a circulação sistêmica”, acrescenta Baracho. Outra vantagem é o preço do medicamento, que deverá custar de 30% a 40% a menos que os similares, vendidos a R$ 30. Fora o fato de o produto ser um medicamento fitoterápico, elaborado exclusivamente a partir de matérias-primas vegetais. “Você aproveita sua biodiversidade, usa um subproduto da planta, um fármaco fitoterápico, e ainda gera renda no campo”, ressalta o farmacêutico-bioquímico. Na próxima fase da pesquisa, o produto será testado em cerca de 200 pessoas, dividas em um grupo com ferimentos comuns e outro com pacientes diabéticos – por causa da doença, eles têm maior dificuldade de cicatrização. Nesse momento, a dupla vai investigar de que forma o princípio ativo encontrado no latéx do pinhão-manso age no organismo.

A pesquisa apresentou resultados tão surpreendentes que motivou professor e aluno a se tornarem sócios, criando a Biotropha, empresa voltada para medicamentos fitoterápicos. O estudo já venceu diversos prêmios. “Agora, estamos trabalhando com outras plantas. Um dos produtos que desenvolvemos é uma geleia, feita a partir de um saboroso fruto, que combate a hipertensão e a disfunção erétil. Nos ratos, ela já mostrou resultado”, adianta Baracho.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Compreenda a função dos fenômenos naturais





Vivemos no planeta Terra, muitas vezes cheios de planos e vontades, sem tempo até para olhar em volta, tanta a nossa pressa de vencer, de chegar a uma meta escolhida, tamanha nossa ambição e nossa pretensão de sermos independentes.

Colocamos nossos problemas pessoais à frente de tudo e nos entretemos com nossas próprias dificuldades, como se apenas elas fossem importantes no universo.

Nos lembramos tanto de nós mesmos, que esquecemos de todo o resto: fazemos usos do planeta, sem nenhum respeito pelo ambiente que nos rodeia, sem pensar nas gerações que virão. Reclamamos demais, somos insatisfeitos demais e, ainda por cima, acabamos por ser arrogantes, colocando nossas vitórias como se elas dependessem apenas de nós, sem contar com uma Energia Maior, que se emana diretamente do Criador, aquele que é Senhor de todas as almas.

Na verdade, somos pessoas que, envolvidas pelos fatos cotidianos, acabamos por nos esquecer da nossa fragilidade, da incógnita que estar aqui representa.

Então, acontecem fenômenos naturais, que depressa nos lembram do risco de transitoriedade que corre toda a vida no planeta: tsunamis e terremotos, furacões e vendavais, enchentes e incêndios que devastam a terra e destroem a vida, causando milhares de vítimas. É como se esses acidentes ocorressem para chamar a atenção do homem para que se descentralize e perceba que sua vida não é o mais importante, que ele não é o Rei do Universo, e nem o próprio centro da sabedoria e da força.

Que os acidentes naturais, que ceifam tantas vidas e causam tanta dor, consigam levar as pessoas a perceberem sua fragilidade, e a pouca importância de seus problemas pessoais. Dessa consciência só pode brotar um homem mais humilde e mais consciente de sua situação humana.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Prece do Cão Abandonado

Abandonar:
  1. Deixar ao desamparo; deixar só.
  2. . Não fazer caso de.
  3. . Renunciar a.
  4. Desleixar-se, não cuidar de si.


Sabe Pai, ainda não entendi. Viemos à praça, pensei ser um passeio. Estranhei, pois ele não tinha esse hábito, mas fui feliz.

Lá chegando, me deu as costas, entrou no carro e nem disse adeus. Olhei para os lados, nem sabia o que fazer. Ainda tentei segui-lo, mas o carro era muito rápido...

Vaguei assustado pelas redondezas... Às vezes parava no mesmo lugar, sempre com a esperança de que meu dono voltasse para me buscar. Muitos dias se passaram e as noites pareciam não terminar. Custei muito a acreditar que ele realmente tinha ali me deixado.

Que teria eu feito de tão mal, para desprezar assim o amor de um animal?

À noite, quando ele chegava, abanava o rabo, feliz, mesmo que ele nunca viesse ao quintal me ver.

Às vezes eu latia, mas tinha pessoas estranhas no portão, não podia deixá-las entrar sem avisar meu dono. Quem sabe foi minha dona que mandou, devia estar lhe dando trabalho...

Como sinto saudades das crianças! Elas me adoravam! Puxavam-me a cauda, às vezes. Eu ficava uma fera, mas logo éramos amigos novamente. Devem ter dito que fugi, provavelmente em busca de uma aventura e não soube voltar. Imagino que tenham chorado, pois realmente me amavam, como eu ainda as amo.

Hoje só bebo água suja. Estou magro e faminto. Meus pêlos já caíram quase todos e ainda fui atropelado por não saber andar nas ruas.

Não sei se por sorte ou por azar eu ainda pude andar. Sabe Pai, faz muito frio à noite, no canto de chão molhado que arrumei para ficar.

Creio que ainda hoje vou me encontrar Contigo. Peço-vos, então, não mais por mim, mas pelos meus irmãozinhos, pois sei que aí no céu a maldade dos Homens não vai mais me alcançar:

Mande-lhes pessoas que tenham deles compaixão pois, como eu, sozinhos e abandonados não mais viverão.

Amenize-lhes o frio, igual ao que agora sinto, com o calor dos atos de pessoas abençoadas.

Diminui-lhes a fome, tal qual a que sinto, com o alimento do amor que me foi negado.

Mata-lhes a sede de todos os momentos, com água pura de Teus ensinamentos transmitidos ao Homem.

Alivia-lhes a dor das doenças, afastando a ignorância da Terra que vem da ignorância dos Homens.

Ampara as cachorrinhas prenhas que verão suas crias morrerem de fome, frio e pestes, sem nada poderem fazer.

Tire o sofrimento dos que estão sendo sacrificados em atos apregoados como religiosos, em laboratórios e tudo o mais, tirando das mãos humanas o desprezo ao que por Ti foi também criado.

Abranda a tristeza dos que, como eu, foram também abandonados, pois entre todos os males foi esse o que mais me doeu...

Recebe então, Pai, nesta noite gélida, a minha Alma, pois não será mais meu o sofrimento, mas dos que ficarem, e por eles vos peço.

Art.32: Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativou ou exóticos:

Pena: detenção, de três meses a um ano, e multa.

Parágrafo 2o: A pena é aumentada de um sexto a um terço, se ocorre morte do animal.


Como fazer uma denúncia

* É importante que o denunciante apresente dados claros e precisos acerca do tipo de ocorrência;

* É indispensável que conste o nome da rua, número, município, Estado e algum ponto de referência e se possível, indique o nome ou apelido do responsável;

* A deficiência de dados, muitas vezes, impossibilita o próprio atendimento. Em caso de dúvida, favor ligar para o 0800-61-8080, onde a atendente informará quais são os dados necessários para a realização da ocorrência.

* Tal procedimento visa ocasionar um atendimento mais rápido e eficaz.

* As informações são sigilosas. Em hipótese alguma, o nome do denunciante é divulgado. Isso permite que a pessoa possa identificar-se no momento da denúncia. Porém, se preferir, o denunciante poderá manter o anonimato.

Telefones para denuncias

:: Em Belo Horizonte

Apreensão, tráfico ou comercialização de animais silvestres, ou maus tratos a animais de forma geral:

- Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) - Tel: (31) 3299-0700
- Políca Florestal de Belo Horizonte: (31) 2123-1613

:: Outros:

>> Defensores da Natureza - Ligação Gratuita "Linha Verde" - IBAMA: Denúncias contra maus tratos a natureza e animais: queimadas, derrubada ilegal de árvores, caçadores de animais, venda de animais silvestres, etc... Fone: 0800-61-8080 das 8h às 18h, de segunda à sexta-feira.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Solução para o entulho de obras em Belo Horizonte

E o entulho vai para onde?

Gestão correta e econômica de resíduos, como o excesso de terra, é dúvida comum a quem está com obras em casa e até mesmo entre profissionais da construção civil

Especialistas recomendam o uso de pequenos volumes excedentes de construções em canteiros de obras próximas para nivelar o terreno

O crescimento da consciência da importância de preservar o meio ambiente tem feito com que os consumidores exijam cada vez mais que as empresas aliem desenvolvimento econômico à responsabilidade ambiental. Na área da construção, o destino de resíduos gerados por obras é um dos assuntos que tem feito as organizações atuarem de forma ecologicamente responsável. Atualmente, os aterros ainda são muito usados para colocação das sobras da construção civil. Entretanto, soluções como a reciclagem têm produzido mudanças que, além de sustentáveis, são econômicas. As transformações são o reflexo do que comprova pesquisa realizada pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), em parceria com o Instituto de Estudos da Religião (Iser), em 2006, que registrou que a conscientização do brasileiro em relação ao meio ambiente aumentou 30% nos últimos 15 anos.

Uma das iniciativas nesse sentido foi a criação da certificação ISO 14.000, desenvolvida pela International Standards Organization (ISO) para diminuir o impacto provocado pelas empresas ao meio ambiente. Com sede em Genebra, na Suíça, a Organização Internacional para Padronização (traduzido para o português) reúne mais de 100 países com a finalidade de criar normas internacionais. Cada país tem um órgão responsável por elaborar suas normas, que, no caso do Brasil, é a Associação Brasileira das Normas Técnicas (ABNT).

Leia a continuação desta matéria:
Lixo vira matéria-prima
Reaproveitamento é regulamentado

Dos resíduos da construção civil, a terra é um dos que se encontram em maior abundância. Segundo o geotécnico e professor do curso de arquitetura e urbanismo do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix Antônio Ananias de Mendonça, para implantação de uma edificação não deveria haver significativos movimentos de terra. "Mas, como em geral não há compatibilização dos diversos projetos em suas fases de elaboração, o que se verifica frequentemente são incompatíveis cortes do solo e ou conformação de aterros, que é a incorporação de mais solo ao terreno", explica.

De acordo com o professor, do ponto de vista econômico e ambiental, o ideal seria que houvesse compensação de cortes e aterros. "Ou seja, que o volume de solo cortado pudesse ser integralmente aproveitado na conformação de aterros", diz Antônio Mendonça. Ele acrescenta que, no caso da construção de imóveis em terrenos que foram aterrados, inclusive os controlados, são necessários cuidados especiais para prevenir danos na estrutura.

Conforme o superintendente de Limpeza Urbana da Prefeitura de Belo Horizonte, Luiz Gustavo Fortini, uma das soluções para a terra proveniente de aterros com menores volumes é a utilização em obras localizadas nas proximidades, onde é necessário promover o aterramento para regularização de terreno. "O volume excedente a essa demanda deve ser transportado ao aterro de inertes da SLU ou a bota-foras autorizados pela prefeitura. Antes de promover o desaterro, o responsável deverá solicitar orientação na Secretaria de Administração Regional à qual a obra está circunscrita", esclarece.

"Antes de promover o desaterro, o responsável deverá solicitar orientação na Secretaria de Administração Regional à qual a obra está circunscrita" - Luiz Gustavo Fortini, superintendente de Limpeza Urbana da PBH

Na administração regional, o responsável pela obra deverá solicitar informações quanto às autorizações de terraplenagem e de tráfego de terra a ser retirada, além de informações quanto ao aterro de inerte e locais de bota-foras autorizados pela PBH. "Quando for o caso de obtenção de alvará de construção, o processo será analisado pela Secretaria Adjunta de Regulação Urbana. Para empreendimentos considerados de impacto, será necessário obter licença na Secretaria Municipal de Meio Ambiente", completa Luiz Gustavo Fortini.

INTERNET

Outra opção apresentada pelo superintendente da SLU é o Banco de Recicláveis da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). A instituição disponibiliza, gratuitamente, a oferta e a procura por materiais no site www.bolsadereciclaveis.com.br. Uma das opções é o Banco de Terras. "Nele, o responsável pela obra pode ofertar o volume de desaterro que vai promover e esperar por algum interessado que porventura estiver precisando de terra para sua obra", informa.

A internet é uma das alternativas apresentadas pelo professor Antônio Mendonça para buscar um aterro. "A partir de uma busca rápida, é possível encontrar sites de bancos que ofertam e recebem solo, em que o custo às vezes cobre apenas o transporte, que varia em função da distância percorrida. Entretanto, são ofertas e recebimentos de solos da mais variada natureza e, em se tratando de aterros controlados, esta é uma observação que deve ser atentamente considerada", alerta.

Limpeza - De volta ao básico


Produtos comuns na limpeza da casa no passado, vinagre, bicarbonato de sódio, óleo e limão tiveram seu uso com essa finalidade esquecido. Este é o momento ideal para recuperá-los. Além de baratos, eles livram os ambientes da química
Detergentes, solventes, ceras e lustradores contêm em sua fórmula compostos orgânicos voláteis que poluem o ar e podem causar irritação nas vias respiratórias, fadiga e falta de ar. Sobretudo nesta época do ano, quando as alergias respiratórias atacam com tudo, evitar seu uso é algo a ser considerado. "Muitos produtos de limpeza podem ter efeito irritante", alerta o médico Fábio Morato Castro, do serviço de alergia e imunologia do Hospital das Clínicas de São Paulo. Especialistas consultados por VEJA avaliaram os benefícios da volta aos limpadores naturais.

ÓLEO DE COZINHA
A opinião dos especialistas: os óleos vegetais, como os de oliva, girassol e linhaça, servem para dar brilho
Produtos de limpeza que substitui: lustradores de móveis
Químicas eliminadas na substituição: formaldeído e solvente
Dicas de como usá-lo:
- Para manter janelas e esquadrias de alumínio brilhando - é só limpá-las uma vez por mês com uma mistura de óleo de cozinha e álcool em partes iguais. Em seguida passe um tecido macio ou flanela com óleo e faça o polimento
- Para limpar e lustrar móveis de madeira - Junte duas xícaras de óleo ao suco de um limão. Use um tecido suave para aplicar a mistura
Economia em dinheiro com a troca de produtos*: 65%

SUCO DE LIMÃO
A opinião dos especialistas: a acidez do limão remove a sujeira e as manchas de ferrugem. Misturado ao sal, forma uma pasta especialmente potente na limpeza doméstica
Produtos de limpeza que substitui: água sanitária e removedores de manchas e ferrugem
Químicas eliminadas na substituição: cloro e solvente
Dicas de como usá-lo:
- Para remover a gordura das louças - pode-se adicionar um quarto de xícara de chá de limão direto no frasco de detergente ou diluí-lo em água e aplicar a mistura sobre o material a ser limpo
- Para tirar a ferrugem de objetos como talheres e grelhas - esfregue suco de limão com uma palha de aço
- Para remover manchas de suco e molho de tomate em tecidos - esfregue a mancha com limão, enxágue e deixe secar. Se ainda houver vestígios, molhe a peça em uma solução de um quarto de xícara de água morna, meia colher de chá de detergente e uma colher de sopa de vinagre branco por quinze minutos. Enxágue e lave
- Para alvejar roupas amareladas - Coloque-as de molho em água com pedaços de limão. Elas ficarão cheirosas e sem aparência desbotada
Economia em dinheiro com a troca de produtos: 67%

VINAGRE
A opinião dos especialistas: de todos os limpadores naturais, o vinagre branco é o campeão da limpeza - graças a sua acidez, combate de mofo a gordura e odores fortes
Produtos de limpeza que substitui: detergentes, amaciantes e limpadores multiuso
Químicas eliminadas na substituição: cloro, amoníaco, formaldeído e soda cáustica
Dicas de como usá-lo:
- Para limpar tapetes e carpetes - a cada litro de água, acrescente duas colheres de sopa de vinagre
- Para eliminar cheiro de mofo em armários - coloque uma bacia ou assadeira com vinagre branco puro dentro do móvel vazio. Deixe pernoitar
- Para retirar o cheiro de urina e fezes deixado pelos bichos de estimação - aplique uma solução de dois terços de água morna e um terço de vinagre branco. Depois passe um pouco de vinagre puro sobre o local e deixe secar naturalmente
- Para limpar o fogão depois de uma fritura - deixe um pouco de vinagre sobre a gordura quinze minutos antes de começar a limpeza
- Para remover o mofo dos azulejos - Aplique uma boa quantidade de vinagre branco puro com uma escova de dentes velha. Deixe-o agir por duas horas e, depois, lave a superfície com água e sabão
- Para a limpeza do vaso - Despeje o vinagre e deixe-o agir por trinta minutos, depois borrife bicarbonato de sódio em uma escova apropriada e esfregue as áreas manchadas
- Para limpar janelas e espelhos - Dilua três colheres de vinagre em 10 litros de água quente. Se o vidro estiver muito sujo, limpe-o primeiro com água e sabão
Economia em dinheiro com a troca de produtos: 32%

BICARBONATO DE SÓDIO
A opinião dos especialistas: ótima opção para absorver odores e para a limpeza da cozinha. É importante usar luvas ao manejá-lo
Produtos de limpeza que substitui: água sanitária e detergente
Químicas eliminadas na substituição: cloro e formaldeído
Dicas de como usá-lo:
- Para limpar o forno - passe com um pano uma solução de água quente com bicarbonato de sódio
- Para desentupir ralos com gordura - Use uma xícara de sal, uma xícara de bicarbonato de sódio e uma chaleira de água fervendo
- Para a limpeza interna da geladeira - água misturada com bicarbonato de sódio e sabão é uma boa solução
- Para limpar recipientes plásticos manchados - esfregue uma pasta de suco de limão e bicarbonato de sódio
- Para limpar pias de aço inoxidável - basta esfregar a superfície com bicarbonato de sódio e depois enxaguar
- Para soltar alimentos incrustados em panelas ou assadeiras - misture água quente e bicarbonato de sódio. Quando o alimento se soltar, esfregue com uma esponja
Economia em dinheiro com a troca de produtos: 63%

Receitas naturais para problemas caseiros










Veja as dicas de preparo e uso de produtos naturais para o seu dia-a-dia


- Espantar moscas e mosquitos: macere folhas de louro, eucalipto e manjericão em água ou as espalhe pelo ambiente
- Evitar traças: use cânfora em vez de naftalina. É tão eficiente quanto e menos tóxica
- Afastar pulgas: depois de lavar os animais de estimação, aplique sobre o pelo seco uma solução feita com duas colheres de sopa de alecrim fervidas em 1 litro de água. Espalhe também pela casa folhas de erva-de-santa-maria e poejo
- Eliminar os parasitas das plantas: bata no liquidificador três cebolas, uma cabeça de alho, dois pimentas-malagueta, uma colher de sabão em barra e meio litro de água e pulverize essa mistura nas plantas
- Passar bem as roupas: uma solução feita com uma colher de sopa de polvilho dissolvida em 1 litro de água facilita a tarefa e não polui o ar, ao contrário dos produtos químicos com esse fim
- Tirar odores fortes: o cheiro de tinta de um cômodo recém-pintado sairá mais depressa se for deixada no ambiente uma bacia com água e algumas rodelas de cebola ou folhas de laranjeira
- Eliminar ruídos: se a porta estiver rangendo, faça uma mistura de raspa de grafite (pode ser retirada da ponta de lápis) e algumas gotas de óleo de cozinha e aplique nas dobradiças
- Tirar umidade: coloque um recipiente com pedaços de carvão no fundo dos armários, ou então pendure pedaços de giz entre os cabides - sempre com o cuidado de não sujar as roupas.

A SÍNDROME DO CARRO DOENTE
Nos veículos, o ar-condicionado sem manutenção é ambiente propício à proliferação de fungos e ácaros. E com uma agravante: motoristas e passageiros respiram continuamente o ar poluído das ruas.
- O filtro de ar, responsável por barrar poluentes, deve ser limpo a cada seis meses. Os dutos precisam de manutenção anual, com uso de água e sabão ou álcool diluído
- Mofo, fungos e bactérias proliferam por causa da umidade acumulada no sistema de ar condicionado. São eles que causam o mau cheiro. Para evitar a umidade, sempre que for parar o carro, desligue o ar-condicionado, mas mantenha a ventilação por três a cinco minutos
- Gases poluentes são responsáveis por muitas doenças respiratórias. Manter o motor regulado ajuda a diminuir a emissão de produtos tóxicos fora e dentro do carro

PLANTAS QUE MELHORAM O AR DOS AMBIENTES
- Lírio e flor-do-natal: Por funcionarem como filtros de ar, são recomendados para cômodos pouco ventilados
- Gérbera, begônia e crisântemo: São indicados contra fumaça de cigarro. Recomenda-se utilizá-los nas salas e nos quartos
- Cactos: Barram as ondas eletromagnéticas. A dica é colocá-los perto do micro-ondas e dos televisores
- Orquídea-borboleta: Indicada para equilibrar a umidade nos ambientes
- Lírio-da-paz e samambaia: Absorvem quase todo tipo de poluente
- Azaleia e antúrio: Combatem poluentes como o amoníaco. São indicados para cozinhas e banheiros